segunda-feira, novembro 21, 2005
Tríade da descoberta
Foto de: www.???.com.br
De todos os livros que li, de todas as idéias que absorvi deles, de todos os autores que admiro, posso, com absoluta certeza, destacar três obras primas as quais formam a base central, o núcleo rígido da minha forma de pensar e agir. Duas delas já foram citadas aqui neste espaço: “O Mundo Assombrado Pelos Demônios” de Carl Sagan (lado científico, meu lado dedutivo) e “Curso de Filosofia” de vários filósofos de nossas universidades brasileiras (lado filosófico, meu lado questionador). Agora quero falar do último deles! Tão ideal quanto os dois citados. Tenho nele o meu lado intelectual mais forte, as minhas idéias mais concisas e claras acerca da nossa sociedade fraca e burra. Suas idéias fazem o papel de concatenação de todas as outras idéias. Passei por momentos pelos quais me envergonho e desprezo. Não passarei por isso novamente! Não mesmo! Estou voltando a reconstruir a mente sólida da qual sempre me orgulhei de possuir!
Bem, colocarei alguns trechos desta obra prima da filosofia do século XIX: “O Anticristo” de Friedrich Nietzsche (lado ateu, meu lado forte e arrogante):
“O que é bom? – Tudo aquilo que desperta no homem o sentimento de poder, a vontade de poder, o próprio poder.
O que é mau? – Tudo aquilo que nasce da fraqueza.
O que é a felicidade? – A sensação de que o poder cresce, de que uma resistência foi vencida.
Quanto aos fracos, aos incapazes, esses que pereçam: primeiro princípio da nossa caridade. E há mesmo que os ajudar a desaparecer! O que é mais nocivo do que todos os vícios? – A compaixão que suporta a ação em benefício de todos os fracos, de todos os incapazes: o cristianismo...”
“...mas qual tipo de homem que se deve criar, que se deve pretender, que tipo terá mais valor, o mais digno de viver, mais seguro do futuro?
Este tipo mais valioso já existiu por mais de uma vez; mas como um feliz acaso, como uma exceção, jamais como um tipo desejado. Pelo contrário, foi precisamente o tipo mais temido até o presente, quase que foi a realidade temível por excelência – e esse temor produziu o tipo inverso, desejado, criado, conseguido: o animal doméstico, do rebanho, a enferma besta humana – o cristão...”
“Não se deve embelezar nem desculpar o cristianismo: ele travou uma guerra de morte contra este tipo de homem superior, renegou todos os instintos fundamentais deste tipo e desses instintos destilou o mal, o negativo – o homem forte como tipo censurável, como proscrito. O cristianismo tomou partido de tudo o que é fraco, baixo, incapaz, e transformou em um ideal a oposição aos instintos de conservação da vida saudável; e até corrompeu a faculdade daquelas naturezas intelectualmente poderosas, ensinando que os valores superiores do intelecto não passam de pecados, desvios e tentações.”
PS: É meu caro Nietzsche...acho que encontrou um dos seus homens raros...
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Um comentário:
Que resistencia a comentar esse post. Afinal, la vem vc falando de algo muito caro pra mim.. o cristianismo. Toda minha moral é calcada em princípios cristaos. Mas tbm, tda nossa sociedade tbm está.
Acho legal, ressaltar que mtos dos princípios cristaos sao semelhantes a principios budistas por exemplo... mas isso nao vem mto ao caso agora
Creio que qualquer credo que se aproxime do fanatismo é bestial e perigoso. E isso serve pra uma crença cega na ciencia tbm meu caro.
Cristianismo tem seus defeitos e pontos fracos? Pode ter certeza que sim, mas tbm tem a ciencia. Isso se formos mesmo colocar um como antitese do outro ne, pq pra espirita que sou, a ciencia e a religiao caminham lado a lado.
De tudo o que nao gosto no cristianismo, o que mais me chama atençao no dia a dia é a culpa. A culpa cristã pode ser extremamente paralisante. Mas novamente, cada um lida com ela de um jeito, assim como cada um lida com fé e religiao de um jeito. E é isso que faz toda a difença.
Religiao sem reflexao nao da... a fé vem embasar nossas crenças sim, mas nao podemos parar de pensar nunca!
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