sexta-feira, novembro 25, 2005

Soneto nº11

Ultimamente tenho estado muito ocupado e não tenho postado idéias próprias, mas idéias dos maiores pensadores de nossa história. Não que isso seja ruim, mas o blog é MEU! Como o tempo continua curto, continuo escrevendo idéias alheias... Segue então um soneto de Camões, o décimo primeiro. A cada estrofe explicarei o seu significado. Faço isso porque todo mundo me pede... Ninguém curte Camões... Só quando explico. Hehehe...

Tomou-me vossa vista soberana
adonde tinha armas mais à mão,
por mostrar que quem busca defensão
contra esses belos olhos, que se engana.


De todas as qualidades que a moça possuía, o olhar foi o que deixou o rapaz contagiado. E engana-se quem acha que não é possível apaixonar-se depois de encarar aqueles olhos.

Por ficar da vitória mais ufana,
deixou-me armar primeiro da razão;
cuidei de me salvar, mas foi em vão,
que contra o Céu não vai defensa humana.


Como a moça sabia que era capaz de contagiar qualquer rapaz, achou normal que o enamorado em questão estivesse na defensiva, com racionalidade. Bem que ele tentou agir dessa forma, mas diante de tal arte celestial, deixou-se levar pelo amor. Humanos não resistem a esse tipo de arte... rs.

Mas porém, se vos tinha prometido
o vosso alto destino esta vitória,
ser-vos tudo bem pouco está sabido.


Mas, se a moça achava que a grande vencedora dessa estória era ela, por ser a conquistadora, pouco sabia do sentimento dele. O rapaz é que se sentia vitorioso!

Que, posto que estivesse apercebido,
não levais de vencer-me grande glória:
maior a levo eu de ser vencido.


Mesmo que a moça se orgulhasse de ter enfeitiçado o rapaz, este se sentia mais ainda vitorioso de ter sido enfeitiçado. Melhor amar sem ser correspondido do que nunca ter amado ninguém...

quinta-feira, novembro 24, 2005

Lei contra o cristianismo

Primeiro dia do ano um ( 30/set/1888 pelo falso calendário )

*Artigo Primeiro - Qualquer espécie de antinatureza é vício. O tipo de homem mais vicioso é o padre: ele ensina a antinatureza...

*Artigo Segundo: Qualquer tipo de colaboração a um ofício divino é um atentado contra a moral pública.

*Artigo Terceiro - O local amaldiçoado onde o cristianismo chocou seus ovos de basilisco deve ser demolido e transformado no lugar mais infame da Terra...

*Artigo Quarto - Pregar a castidade é uma incitação pública à antinatureza...

*Artigo Quinto - Comer na mesma mesa que um padre é proibido: quem o fizer será excomungado da sociedade honesta...

*Artigo Sexto - A história sagrada será chamada pelo nome que merece: história maldita...

*Artigo Sétimo - O resto nasce a partir daqui."

Friedrich Nieztsche

PS: Sarcasmo puro, do mais alto nível. Amo muito tudo isso!!!

segunda-feira, novembro 21, 2005

Tríade da descoberta


Foto de: www.???.com.br Posted by Picasa

De todos os livros que li, de todas as idéias que absorvi deles, de todos os autores que admiro, posso, com absoluta certeza, destacar três obras primas as quais formam a base central, o núcleo rígido da minha forma de pensar e agir. Duas delas já foram citadas aqui neste espaço: “O Mundo Assombrado Pelos Demônios” de Carl Sagan (lado científico, meu lado dedutivo) e “Curso de Filosofia” de vários filósofos de nossas universidades brasileiras (lado filosófico, meu lado questionador). Agora quero falar do último deles! Tão ideal quanto os dois citados. Tenho nele o meu lado intelectual mais forte, as minhas idéias mais concisas e claras acerca da nossa sociedade fraca e burra. Suas idéias fazem o papel de concatenação de todas as outras idéias. Passei por momentos pelos quais me envergonho e desprezo. Não passarei por isso novamente! Não mesmo! Estou voltando a reconstruir a mente sólida da qual sempre me orgulhei de possuir!
Bem, colocarei alguns trechos desta obra prima da filosofia do século XIX: “O Anticristo” de Friedrich Nietzsche (lado ateu, meu lado forte e arrogante):

“O que é bom? – Tudo aquilo que desperta no homem o sentimento de poder, a vontade de poder, o próprio poder.
O que é mau? – Tudo aquilo que nasce da fraqueza.
O que é a felicidade? – A sensação de que o poder cresce, de que uma resistência foi vencida.
Quanto aos fracos, aos incapazes, esses que pereçam: primeiro princípio da nossa caridade. E há mesmo que os ajudar a desaparecer! O que é mais nocivo do que todos os vícios? – A compaixão que suporta a ação em benefício de todos os fracos, de todos os incapazes: o cristianismo...”

“...mas qual tipo de homem que se deve criar, que se deve pretender, que tipo terá mais valor, o mais digno de viver, mais seguro do futuro?
Este tipo mais valioso já existiu por mais de uma vez; mas como um feliz acaso, como uma exceção, jamais como um tipo desejado. Pelo contrário, foi precisamente o tipo mais temido até o presente, quase que foi a realidade temível por excelência – e esse temor produziu o tipo inverso, desejado, criado, conseguido: o animal doméstico, do rebanho, a enferma besta humana – o cristão...”

“Não se deve embelezar nem desculpar o cristianismo: ele travou uma guerra de morte contra este tipo de homem superior, renegou todos os instintos fundamentais deste tipo e desses instintos destilou o mal, o negativo – o homem forte como tipo censurável, como proscrito. O cristianismo tomou partido de tudo o que é fraco, baixo, incapaz, e transformou em um ideal a oposição aos instintos de conservação da vida saudável; e até corrompeu a faculdade daquelas naturezas intelectualmente poderosas, ensinando que os valores superiores do intelecto não passam de pecados, desvios e tentações.”


PS: É meu caro Nietzsche...acho que encontrou um dos seus homens raros...